
Rafael Primot sobre peça que fala de HIV: “O estigma é mais resistente que o vírus”
O ator Rafael Primot estreia o espetáculo “Um Pequeno Incidente” no dia 3 de outubro, no Espaço de Convivência do Teatro Vivo, em São Paulo. A peça marca os 40 anos do combate à Aids no Brasil e propõe uma reflexão sobre medo, preconceito e empatia.
Em entrevista ao iG Gente, Rafael explicou a importância de abordar o tema de forma afetuosa e informativa.
“O que mais me interessou na primeira leitura foi o quanto o texto é amoroso e empático. Em um mundo onde ainda existe tanto preconceito — inclusive dentro da própria comunidade gay — falar de HIV e AIDS com afeto, informação e sem estigma me pareceu necessário e animador”, afirmou.
Dirigido por Marco Antônio Pâmio, o espetáculo tem texto e atuação de José Pedro Peter. A história acompanha dois homens, entre 35 e 40 anos, que se conhecem na sala de espera de um posto de saúde enquanto aguardam o resultado de um teste rápido. O encontro acidental transforma a vida dos dois e gera um laço duradouro.
Segundo Rafael, o estigma ainda é um dos principais desafios.
“Porque o estigma é mais resistente do que o vírus. Ele nasce do medo e da ignorância, da falta de informações atualizadas sobre tratamentos, sobre a intransmissibilidade quando em uso de medicamentos, entre outras questões fundamentais — e se mantém pela falta de diálogo”, explicou.
Durante os ensaios, Rafael e João Pedro buscaram equilibrar emoção e humor.
“O caminho principal foi criar dois personagens muito distintos entre si — um mais conservador e o outro mais moderno e ousado — e permitir que o contraste entre eles gerasse verdade e humor natural, sem forçar. A leveza veio do humano, da falha, do desconforto”, contou o ator.
A ambientação em uma sala de espera do SUS carrega grande simbolismo.
“É um espaço de vulnerabilidade, mas também de humanidade, onde pessoas diferentes se encontram em condições de igualdade. Como ator, isso pede escuta e verdade. Não dá para representar de forma idealizada”, afirmou.
Rafael espera que o público saia transformado pela experiência.
“Espero que o público saia com mais conhecimento em vez de medo. Que se reconheça nas fragilidades dos personagens e entenda que o amor, o cuidado e a escuta ainda são as ferramentas mais poderosas que temos”, declarou.
A peça “Um Pequeno Incidente” terá uma temporada até 7 de dezembro. “Se o espetáculo puder abrir um pouco mais o coração das pessoas e derrubar algumas barreiras de preconceito, ele já terá cumprido sua função. E se for lembrado por isso, ficarei muito feliz e com a sensação de dever cumprido: o meu e o da arte”, concluiu o ator.

Rafael Primot sobre peça que fala de HIV: “O estigma é mais resistente que o vírus”
O ator Rafael Primot estreia o espetáculo “Um Pequeno Incidente” no dia 3 de outubro, no Espaço de Convivência do Teatro Vivo, em São Paulo. A peça marca os 40 anos do combate à Aids no Brasil e propõe uma reflexão sobre medo, preconceito e empatia.
Em entrevista ao iG Gente, Rafael explicou a importância de abordar o tema de forma afetuosa e informativa.
“O que mais me interessou na primeira leitura foi o quanto o texto é amoroso e empático. Em um mundo onde ainda existe tanto preconceito — inclusive dentro da própria comunidade gay — falar de HIV e AIDS com afeto, informação e sem estigma me pareceu necessário e animador”, afirmou.
Dirigido por Marco Antônio Pâmio, o espetáculo tem texto e atuação de José Pedro Peter. A história acompanha dois homens, entre 35 e 40 anos, que se conhecem na sala de espera de um posto de saúde enquanto aguardam o resultado de um teste rápido. O encontro acidental transforma a vida dos dois e gera um laço duradouro.
Segundo Rafael, o estigma ainda é um dos principais desafios.
“Porque o estigma é mais resistente do que o vírus. Ele nasce do medo e da ignorância, da falta de informações atualizadas sobre tratamentos, sobre a intransmissibilidade quando em uso de medicamentos, entre outras questões fundamentais — e se mantém pela falta de diálogo”, explicou.
Durante os ensaios, Rafael e João Pedro buscaram equilibrar emoção e humor.
“O caminho principal foi criar dois personagens muito distintos entre si — um mais conservador e o outro mais moderno e ousado — e permitir que o contraste entre eles gerasse verdade e humor natural, sem forçar. A leveza veio do humano, da falha, do desconforto”, contou o ator.
A ambientação em uma sala de espera do SUS carrega grande simbolismo.
“É um espaço de vulnerabilidade, mas também de humanidade, onde pessoas diferentes se encontram em condições de igualdade. Como ator, isso pede escuta e verdade. Não dá para representar de forma idealizada”, afirmou.
Rafael espera que o público saia transformado pela experiência.
“Espero que o público saia com mais conhecimento em vez de medo. Que se reconheça nas fragilidades dos personagens e entenda que o amor, o cuidado e a escuta ainda são as ferramentas mais poderosas que temos”, declarou.
A peça “Um Pequeno Incidente” terá uma temporada até 7 de dezembro. “Se o espetáculo puder abrir um pouco mais o coração das pessoas e derrubar algumas barreiras de preconceito, ele já terá cumprido sua função. E se for lembrado por isso, ficarei muito feliz e com a sensação de dever cumprido: o meu e o da arte”, concluiu o ator.