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o dia em que o Grêmio enfrentou o inferno

por Conexão1
20/10/25 | 09:47
em Economia
Estudiantes e Grêmio na Libertadores de 1983: a Batalha de La Plata
Reprodução

Estudiantes e Grêmio na Libertadores de 1983: a Batalha de La Plata

Grêmio e Estudiantes transformaram uma partida de futebol em uma verdadeira guerra na Copa Libertadores de 1983.

Com 4 jogadores a menos, o time argentino arrancou um empate histórico na base da violência, da intimidação e com uma rivalidade que se estendia para fora do campo.

Os times brasileiros que se classificavam para disputar a Libertadores na década de 80 frequentemente enfrentavam adversários que se preocupavam mais em bater do que jogar futebol. Não são raras as histórias de partidas que terminaram com muitos expulsos de um lado e muitos machucados do outro, como é o caso de Grêmio e Estudiantes em 1983.

O time gaúcho disputava a Libertadores de 1983 após ter sido vice-campeão brasileiro em 1982.

Já o Estudiantes foi campeão do Campeonato Metropolitano Argentino, um dos dois Campeonatos Argentinos que ocorreram em 1982, e por isso garantiu a vaga na Libertadores de 1983.

Nessa época, a primeira fase da Libertadores reunia times do mesmo país no mesmo grupo.

No grupo A, o Estudiantes se classificou para a segunda fase eliminando os chilenos do Colo Colo e do Cobreloa, e o Ferro Carril Oeste da Argentina.

No grupo B, o Grêmio se classificou eliminando o Flamengo e os bolivianos Blooming e Bolívar.

Grêmio e Estudiantes se encontram na 2ª fase

Na segunda fase, os 6 times classificados foram divididos em 2 grupos. Em cada chave, todos jogariam contra todos em duelos de ida e volta. O primeiro colocado de cada grupo se classificava para a final.

Grêmio, Estudiantes e América de Cali ficaram no grupo 1.

Na primeira rodada, Grêmio e Estudiantes jogaram em Porto Alegre. O Grêmio abriu o placar com um gol de fora da área de Osvaldo. Ainda no primeiro tempo, o Estudiantes empatou com um gol de cabeça de Guerrieri.

No segundo tempo, o técnico Valdir Espinosa tirou Renato Gaúcho e colocou Tarciso. Já no final do segundo tempo, ele foi o autor do segundo gol gremista, após bela jogada de Caio, que deu chapéu e driblou dois adversários antes de cruzar para Tarciso fazer o gol.

Final de jogo, Grêmio 2, Estudiantes 1.

Três dias depois, o Grêmio viajou para a Colômbia e perdeu por 1 a 0 para o América de Cali. Em seguida, o time colombiano perdeu duas partidas fora de casa.

Primeiro, derrota para o Estudiantes por 2 a 0 na Argentina. Depois, derrota por 2 a 1 para o Grêmio em Porto Alegre.

Até então, a classificação do grupo era essa: Grêmio em primeiro lugar com 4 pontos, e Estudiantes e América de Cali com 2 pontos cada. Lembrando que em 1983 a vitória no futebol valia 2 pontos.

A próxima partida do grupo seria entre Estudiantes e Grêmio, na Argentina.

Se o Grêmio vencesse, garantia a classificação antecipada para a final. O Estudiantes precisava vencer ou empatar para poder ter chance de classificação, já que o time argentino ainda teria mais uma partida contra o América de Cali na Colômbia.

Brasil e Argentina em guerra

Fora de campo, a rivalidade entre Brasil e Argentina ia além do futebol.

Em 1983, a Argentina ainda vivia os resquícios da Guerra das Malvinas, um conflito militar entre Argentina e Reino Unido pela disputa de três grupos de ilhas no Atlântico Sul: as Ilhas Malvinas, as Ilhas Geórgia do Sul e as Ilhas Sandwich do Sul.

A Guerra das Malvinas durou pouco mais de 2 meses e foi encerrada após a rendição da Argentina, em junho de 1982.

Durante a guerra, o governo brasileiro adotou a neutralidade, ou seja, não apoiou nem Argentina nem Reino Unido.

Porém, durante e após o fim da guerra, aviões do exército britânico usavam a base aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, para reabastecer seus aviões em viagens até as Ilhas Malvinas.

O governo brasileiro negou que tivesse permitido o pouso de aviões britânicos em território brasileiro, mas fotos tiradas por jornalistas confirmaram o pouso dos aviões do exército britânico.

Assim, em 1983, os argentinos, ainda ressentidos com a derrota na Guerra das Malvinas, viam os brasileiros como rivais ainda maiores do que o normal.

A Batalha de La Plata

Estudiantes e Grêmio se enfrentam pela Libertadores nesse clima enorme de animosidade.

A partida foi disputada no dia 8 de julho de 1983, no estádio Jorge Luis Hirschi, na cidade de La Plata, a aproximadamente 50 quilômetros de Buenos Aires.

A delegação do Grêmio se hospedou em um hotel em Buenos Aires afastado da região central. No caminho até o estádio em La Plata, o ônibus gremista foi atingido por pedras atiradas por torcedores do Estudiantes.

Ao pisarem no gramado do estádio, os jogadores do Grêmio ainda tiveram que lidar com cuspidas, objetos atirados e, claro, gritos racistas e discriminatórios por parte da torcida argentina.

Antes mesmo da bola rolar, o árbitro uruguaio Luis de la Rosa já mostrou o primeiro cartão amarelo. O advertido foi Marcelo Trobbiani, do Estudiantes, por supostamente ter invadido o círculo central antes do juiz apitar o início do jogo.

Em campo, argentinos e brasileiros tiveram boas chances de abrir o placar em um jogo bastante movimentado. Aos 32 minutos, China fez uma falta em Trobbiani, que revidou com um chute.

O árbitro mostrou o cartão amarelo para o jogador do Grêmio e o segundo amarelo para Trobbiani, que acabou sendo expulso.

Os jogadores do Estudiantes reclamaram e cercaram o juiz, cenas comuns em jogos de Libertadores.

Jornalistas e policiais invadiram o campo e, no meio da confusão, José Daniel Ponce deu um empurrão no árbitro e também levou cartão vermelho. O primeiro tempo não tinha terminado e o Estudiantes já tinha 2 jogadores expulsos.

Depois de vários minutos de bola parada, o jogo reiniciou e o Estudiantes abriu o placar com um gol de Gurrieri.

Logo depois, o árbitro marcou uma falta de ataque para o Estudiantes e Renato Gaúcho aproveitou para provocar, chutando para o gol, mesmo com o jogo já parado.

O goleiro argentino saiu em disparada atrás de Renato Gaúcho, que teve que sair correndo para não apanhar. Depois dos ânimos apaziguados, o jogador gremista levou um cartão amarelo.

O Grêmio empatou o jogo no final do primeiro tempo, com um gol de Osvaldo. O primeiro tempo terminou com esse placar: Estudiantes 1, Grêmio 1.

Na saída dos jogadores para os vestiários, mais confusão. Um único túnel dava acesso aos vestiários dos dois times, cenário propício para provocações.

Logo após o juiz apitar o final do primeiro tempo, os jogadores do Grêmio correram em direção ao túnel e quase todos conseguiram entrar no vestiário antes que a confusão aumentasse.

Porém, o atacante Caio acabou ficando para fora e foi agredido pelos jogadores do Estudiantes.

O épico segundo tempo

Por conta da gravidade das agressões, Caio foi substituído no intervalo por outro atacante, César.

César foi o autor do segundo gol gremista, aos 7 minutos do segundo tempo.

A partir daí, os ânimos argentinos ficaram ainda mais exaltados. Os jogadores gremistas sofreram várias agressões em campo, tudo com “autorização” do árbitro uruguaio, que fingia não ver nada.

Mesmo assim, aos 18 minutos do segundo tempo, Renato Gaúcho fez fila, driblou dois jogadores e mandou para o gol. Grêmio 3, Estudiantes 1.

Na comemoração, Renato Gaúcho provocou, pedindo silêncio aos torcedores argentinos.

Tita tentou imitar Renato Gaúcho e fazer um golaço driblando todo mundo, mas foi parado com falta.

Após a marcação da infração, começou mais uma confusão em campo. O auxiliar de arbitragem Ramón Barreto acabou sendo atingido na cabeça por um objeto atirado por um torcedor.

Em seguida, mais bagunça, invasão de campo, empurra-empurra, e o bandeirinha teve que continuar atuando com a cabeça enfaixada pelos médicos do Grêmio.

No meio dessa confusão, o árbitro expulsou mais um jogador do Estudiantes, o Camino. Quatro minutos depois, Hugo Tevez também foi expulso por dar um chute em Renato Gaúcho.

O jogo chegava aos 30 minutos do segundo tempo, o Estudiantes tinha 4 jogadores expulsos e perdia por 3 a 1. Nem mesmo o mais otimista torcedor argentino acreditava na reação do Estudiantes.

Mas aos 31 minutos, em um lance confuso, Gurrieri marcou o segundo gol do Estudiantes.

Osvaldo ainda fez o quarto gol do Grêmio, mas o gol foi anulado por um impedimento que não ocorreu.

Nos minutos seguintes, o Estudiantes, com 7 jogadores, foi ao ataque e aos 42 minutos conseguiu o improvável. Gugnali empatou a partida em um bate-rebate dentro da área gremista.

O Grêmio até tentou ir ao ataque nos minutos finais, mas não conseguiu marcar mais um gol, mesmo com 4 jogadores a mais.

Final de jogo: Estudiantes 3, Grêmio 3.

Jogadores do Grêmio comemoram gol com torcedores brasileiros ao fundo
Reprodução

Jogadores do Grêmio comemoram gol com torcedores brasileiros ao fundo

Pós-jogo: desconfiança e surpresa

Alguns afirmam que os jogadores do Grêmio tiraram o pé e permitiram o empate argentino para evitar uma confusão ainda maior. O técnico Valdir Espinosa declarou em entrevista após a partida que não sabe o que teria acontecido se o Grêmio tivesse vencido, e que a chance de não voltarem vivos para Porto Alegre era grande.

Entretanto, anos depois do jogo, Valdir Espinosa garantiu que seus jogadores não facilitaram para o Estudiantes.

Com o empate em La Plata, a classificação do grupo ficou assim: Grêmio com 5 pontos e Estudiantes com 3.

O Estudiantes ainda viajaria para a Colômbia para enfrentar o América de Cali na última rodada e precisava vencer para se classificar para a final.

Contudo, o time argentino, desfalcado dos quatro jogadores expulsos na partida em La Plata, empatou em 0 a 0 com o América, resultado que garantiu a classificação do Grêmio para a final.

O time gaúcho enfrentou o Peñarol na final da Libertadores de 1983.

No jogo de ida, em Montevidéu, empate em 1 a 1. Na volta, em Porto Alegre, vitória gremista por 2 a 1, com um gol de Caio e outro de César – agredido no túnel do vestiário e o substituto do agredido.

O resultado garantiu o primeiro título da Libertadores para o Grêmio.

No final do ano, o Grêmio ainda viajaria a Tóquio para enfrentar o Hamburgo no Mundial Interclubes.

Com 2 gols de Renato Gaúcho, o Grêmio venceu o time alemão e fechou o ano de maneira histórica, conquistando o título da Libertadores e do Mundial, além de ter sobrevivido à épica Batalha de La Plata.

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Estudiantes e Grêmio na Libertadores de 1983: a Batalha de La Plata
Reprodução

Estudiantes e Grêmio na Libertadores de 1983: a Batalha de La Plata

Grêmio e Estudiantes transformaram uma partida de futebol em uma verdadeira guerra na Copa Libertadores de 1983.

Com 4 jogadores a menos, o time argentino arrancou um empate histórico na base da violência, da intimidação e com uma rivalidade que se estendia para fora do campo.

Os times brasileiros que se classificavam para disputar a Libertadores na década de 80 frequentemente enfrentavam adversários que se preocupavam mais em bater do que jogar futebol. Não são raras as histórias de partidas que terminaram com muitos expulsos de um lado e muitos machucados do outro, como é o caso de Grêmio e Estudiantes em 1983.

O time gaúcho disputava a Libertadores de 1983 após ter sido vice-campeão brasileiro em 1982.

Já o Estudiantes foi campeão do Campeonato Metropolitano Argentino, um dos dois Campeonatos Argentinos que ocorreram em 1982, e por isso garantiu a vaga na Libertadores de 1983.

Nessa época, a primeira fase da Libertadores reunia times do mesmo país no mesmo grupo.

No grupo A, o Estudiantes se classificou para a segunda fase eliminando os chilenos do Colo Colo e do Cobreloa, e o Ferro Carril Oeste da Argentina.

No grupo B, o Grêmio se classificou eliminando o Flamengo e os bolivianos Blooming e Bolívar.

Grêmio e Estudiantes se encontram na 2ª fase

Na segunda fase, os 6 times classificados foram divididos em 2 grupos. Em cada chave, todos jogariam contra todos em duelos de ida e volta. O primeiro colocado de cada grupo se classificava para a final.

Grêmio, Estudiantes e América de Cali ficaram no grupo 1.

Na primeira rodada, Grêmio e Estudiantes jogaram em Porto Alegre. O Grêmio abriu o placar com um gol de fora da área de Osvaldo. Ainda no primeiro tempo, o Estudiantes empatou com um gol de cabeça de Guerrieri.

No segundo tempo, o técnico Valdir Espinosa tirou Renato Gaúcho e colocou Tarciso. Já no final do segundo tempo, ele foi o autor do segundo gol gremista, após bela jogada de Caio, que deu chapéu e driblou dois adversários antes de cruzar para Tarciso fazer o gol.

Final de jogo, Grêmio 2, Estudiantes 1.

Três dias depois, o Grêmio viajou para a Colômbia e perdeu por 1 a 0 para o América de Cali. Em seguida, o time colombiano perdeu duas partidas fora de casa.

Primeiro, derrota para o Estudiantes por 2 a 0 na Argentina. Depois, derrota por 2 a 1 para o Grêmio em Porto Alegre.

Até então, a classificação do grupo era essa: Grêmio em primeiro lugar com 4 pontos, e Estudiantes e América de Cali com 2 pontos cada. Lembrando que em 1983 a vitória no futebol valia 2 pontos.

A próxima partida do grupo seria entre Estudiantes e Grêmio, na Argentina.

Se o Grêmio vencesse, garantia a classificação antecipada para a final. O Estudiantes precisava vencer ou empatar para poder ter chance de classificação, já que o time argentino ainda teria mais uma partida contra o América de Cali na Colômbia.

Brasil e Argentina em guerra

Fora de campo, a rivalidade entre Brasil e Argentina ia além do futebol.

Em 1983, a Argentina ainda vivia os resquícios da Guerra das Malvinas, um conflito militar entre Argentina e Reino Unido pela disputa de três grupos de ilhas no Atlântico Sul: as Ilhas Malvinas, as Ilhas Geórgia do Sul e as Ilhas Sandwich do Sul.

A Guerra das Malvinas durou pouco mais de 2 meses e foi encerrada após a rendição da Argentina, em junho de 1982.

Durante a guerra, o governo brasileiro adotou a neutralidade, ou seja, não apoiou nem Argentina nem Reino Unido.

Porém, durante e após o fim da guerra, aviões do exército britânico usavam a base aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, para reabastecer seus aviões em viagens até as Ilhas Malvinas.

O governo brasileiro negou que tivesse permitido o pouso de aviões britânicos em território brasileiro, mas fotos tiradas por jornalistas confirmaram o pouso dos aviões do exército britânico.

Assim, em 1983, os argentinos, ainda ressentidos com a derrota na Guerra das Malvinas, viam os brasileiros como rivais ainda maiores do que o normal.

A Batalha de La Plata

Estudiantes e Grêmio se enfrentam pela Libertadores nesse clima enorme de animosidade.

A partida foi disputada no dia 8 de julho de 1983, no estádio Jorge Luis Hirschi, na cidade de La Plata, a aproximadamente 50 quilômetros de Buenos Aires.

A delegação do Grêmio se hospedou em um hotel em Buenos Aires afastado da região central. No caminho até o estádio em La Plata, o ônibus gremista foi atingido por pedras atiradas por torcedores do Estudiantes.

Ao pisarem no gramado do estádio, os jogadores do Grêmio ainda tiveram que lidar com cuspidas, objetos atirados e, claro, gritos racistas e discriminatórios por parte da torcida argentina.

Antes mesmo da bola rolar, o árbitro uruguaio Luis de la Rosa já mostrou o primeiro cartão amarelo. O advertido foi Marcelo Trobbiani, do Estudiantes, por supostamente ter invadido o círculo central antes do juiz apitar o início do jogo.

Em campo, argentinos e brasileiros tiveram boas chances de abrir o placar em um jogo bastante movimentado. Aos 32 minutos, China fez uma falta em Trobbiani, que revidou com um chute.

O árbitro mostrou o cartão amarelo para o jogador do Grêmio e o segundo amarelo para Trobbiani, que acabou sendo expulso.

Os jogadores do Estudiantes reclamaram e cercaram o juiz, cenas comuns em jogos de Libertadores.

Jornalistas e policiais invadiram o campo e, no meio da confusão, José Daniel Ponce deu um empurrão no árbitro e também levou cartão vermelho. O primeiro tempo não tinha terminado e o Estudiantes já tinha 2 jogadores expulsos.

Depois de vários minutos de bola parada, o jogo reiniciou e o Estudiantes abriu o placar com um gol de Gurrieri.

Logo depois, o árbitro marcou uma falta de ataque para o Estudiantes e Renato Gaúcho aproveitou para provocar, chutando para o gol, mesmo com o jogo já parado.

O goleiro argentino saiu em disparada atrás de Renato Gaúcho, que teve que sair correndo para não apanhar. Depois dos ânimos apaziguados, o jogador gremista levou um cartão amarelo.

O Grêmio empatou o jogo no final do primeiro tempo, com um gol de Osvaldo. O primeiro tempo terminou com esse placar: Estudiantes 1, Grêmio 1.

Na saída dos jogadores para os vestiários, mais confusão. Um único túnel dava acesso aos vestiários dos dois times, cenário propício para provocações.

Logo após o juiz apitar o final do primeiro tempo, os jogadores do Grêmio correram em direção ao túnel e quase todos conseguiram entrar no vestiário antes que a confusão aumentasse.

Porém, o atacante Caio acabou ficando para fora e foi agredido pelos jogadores do Estudiantes.

O épico segundo tempo

Por conta da gravidade das agressões, Caio foi substituído no intervalo por outro atacante, César.

César foi o autor do segundo gol gremista, aos 7 minutos do segundo tempo.

A partir daí, os ânimos argentinos ficaram ainda mais exaltados. Os jogadores gremistas sofreram várias agressões em campo, tudo com “autorização” do árbitro uruguaio, que fingia não ver nada.

Mesmo assim, aos 18 minutos do segundo tempo, Renato Gaúcho fez fila, driblou dois jogadores e mandou para o gol. Grêmio 3, Estudiantes 1.

Na comemoração, Renato Gaúcho provocou, pedindo silêncio aos torcedores argentinos.

Tita tentou imitar Renato Gaúcho e fazer um golaço driblando todo mundo, mas foi parado com falta.

Após a marcação da infração, começou mais uma confusão em campo. O auxiliar de arbitragem Ramón Barreto acabou sendo atingido na cabeça por um objeto atirado por um torcedor.

Em seguida, mais bagunça, invasão de campo, empurra-empurra, e o bandeirinha teve que continuar atuando com a cabeça enfaixada pelos médicos do Grêmio.

No meio dessa confusão, o árbitro expulsou mais um jogador do Estudiantes, o Camino. Quatro minutos depois, Hugo Tevez também foi expulso por dar um chute em Renato Gaúcho.

O jogo chegava aos 30 minutos do segundo tempo, o Estudiantes tinha 4 jogadores expulsos e perdia por 3 a 1. Nem mesmo o mais otimista torcedor argentino acreditava na reação do Estudiantes.

Mas aos 31 minutos, em um lance confuso, Gurrieri marcou o segundo gol do Estudiantes.

Osvaldo ainda fez o quarto gol do Grêmio, mas o gol foi anulado por um impedimento que não ocorreu.

Nos minutos seguintes, o Estudiantes, com 7 jogadores, foi ao ataque e aos 42 minutos conseguiu o improvável. Gugnali empatou a partida em um bate-rebate dentro da área gremista.

O Grêmio até tentou ir ao ataque nos minutos finais, mas não conseguiu marcar mais um gol, mesmo com 4 jogadores a mais.

Final de jogo: Estudiantes 3, Grêmio 3.

Jogadores do Grêmio comemoram gol com torcedores brasileiros ao fundo
Reprodução

Jogadores do Grêmio comemoram gol com torcedores brasileiros ao fundo

Pós-jogo: desconfiança e surpresa

Alguns afirmam que os jogadores do Grêmio tiraram o pé e permitiram o empate argentino para evitar uma confusão ainda maior. O técnico Valdir Espinosa declarou em entrevista após a partida que não sabe o que teria acontecido se o Grêmio tivesse vencido, e que a chance de não voltarem vivos para Porto Alegre era grande.

Entretanto, anos depois do jogo, Valdir Espinosa garantiu que seus jogadores não facilitaram para o Estudiantes.

Com o empate em La Plata, a classificação do grupo ficou assim: Grêmio com 5 pontos e Estudiantes com 3.

O Estudiantes ainda viajaria para a Colômbia para enfrentar o América de Cali na última rodada e precisava vencer para se classificar para a final.

Contudo, o time argentino, desfalcado dos quatro jogadores expulsos na partida em La Plata, empatou em 0 a 0 com o América, resultado que garantiu a classificação do Grêmio para a final.

O time gaúcho enfrentou o Peñarol na final da Libertadores de 1983.

No jogo de ida, em Montevidéu, empate em 1 a 1. Na volta, em Porto Alegre, vitória gremista por 2 a 1, com um gol de Caio e outro de César – agredido no túnel do vestiário e o substituto do agredido.

O resultado garantiu o primeiro título da Libertadores para o Grêmio.

No final do ano, o Grêmio ainda viajaria a Tóquio para enfrentar o Hamburgo no Mundial Interclubes.

Com 2 gols de Renato Gaúcho, o Grêmio venceu o time alemão e fechou o ano de maneira histórica, conquistando o título da Libertadores e do Mundial, além de ter sobrevivido à épica Batalha de La Plata.

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