
Partes da Ala Leste da Casa Branca começaram a ser demolidas nesta segunda-feira (20) para a construção de um novo salão de festas idealizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Anteriormente, a estrutura não seria envolvida.
A obra, estimada em US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), será totalmente financiada com doações privadas e deve ser concluída antes do fim de seu mandato.
Trump anunciou o início das obras nas redes sociais, afirmando que “a construção começou” no “tão necessário salão de eventos” da Casa Branca. Ele explicou que a nova estrutura será “totalmente modernizada” e construída próxima à atual Ala Leste, sem alterar o edifício principal. “Não vai interferir no prédio existente. Estará perto, mas sem tocar nele, e com total respeito pela estrutura atual, da qual sou o maior admirador. É o meu lugar favorito. Eu amo”, declarou o presidente em julho.
Com cerca de 90 mil metros quadrados e capacidade para até 650 pessoas sentadas, mais que o triplo do maior salão atual, o novo espaço substituirá as tendas externas usadas em recepções formais. A construção ficará no local onde hoje está a reformada Ala Leste, erguida em 1902 e modificada pela última vez em 1942.
Controvérsias sobre mudanças históricas
Apesar do entusiasmo do governo, o projeto tem gerado preocupação entre historiadores e especialistas em arquitetura. O ex-historiador-chefe do Serviço Nacional de Parques (NPS), Robert K. Sutton, disse à BBC que “há sempre controvérsia quando algo é modificado na Casa Branca” e criticou a falta de um processo público de revisão: “Este edifício é considerado o mais importante do mundo em sua função executiva — e não sabemos exatamente o que está sendo feito. Acho isso muito inadequado.”
A Sociedade de Historiadores de Arquitetura, organização internacional dedicada à preservação de patrimônios, afirmou em nota que a construção “representa a primeira grande alteração na aparência externa da Casa Branca em 83 anos”.
O grupo defende que “uma mudança tão significativa em um edifício histórico dessa importância deve seguir um processo rigoroso e transparente”.
O Instituto Estadunidense de Arquitetos também pediu que o governo publique os planos detalhados da obra para garantir “transparência e preservação histórica”.
Reforma segue tradição de mudanças presidenciais
Embora o projeto de Trump seja uma das maiores intervenções nas últimas décadas, alterações na Casa Branca são comuns.
Barack Obama adaptou a quadra de tênis para também receber partidas de basquete. Richard Nixon transformou a antiga piscina interna, instalada em 1933 para o presidente Franklin D. Roosevelt, em sala de imprensa. Já Harry Truman realizou a mais extensa reforma da história do prédio entre 1948 e 1952, período em que precisou deixar a residência oficial.
Com o novo salão de festas, Trump busca unir modernidade e tradição. O presidente disse que o espaço “respeitará o legado da Casa Branca e atenderá às necessidades de eventos de Estado e grandes recepções”.