
Aglomerado de estrelas no céu noturno
No último episódio do podcast iG Foi Pro Espaço, transmitido nesta quarta-feira (23), às 18h, no canal do YouTube do Portal iG, o físico e astrofísico Rafael de Campos, da USP, explicou as descobertas recentes sobre a matéria escura, observadas a partir de um brilho incomum de raios gama no centro da Via Láctea.
Segundo Rafael, os cientistas detectaram mais radiação do que o esperado, o que pode indicar a presença dessa substância invisível que não interage com a luz, mas exerce efeito gravitacional sobre estrelas e galáxias.
A matéria escura representa cerca de 27% do universo, enquanto a matéria visível corresponde apenas a 5%. Ela não emite luz, não reflete e até hoje não foi detectada diretamente, mas sua influência gravitacional é perceptível na velocidade das estrelas e galáxias.
As primeiras pistas surgiram com Fritz Zwicky, que notou movimentos estranhos em galáxias, e com Vera Rubin, que mediu a rotação das estrelas na galáxia de Andrômeda, confirmando que algo invisível interferia na dinâmica observada.
O aglomerado de galáxias conhecido como Aglomerado da Bala foi analisado por dois telescópios: o Hubble, que observa no visível, e o Chandra, que detecta radiação de alta energia em raios X.
” A matéria escura não interage com a luz, apenas com a gravidade. Os conjuntos de matéria escura passam um pelo outro sem interação, enquanto o gás aquece e emite radiação “, explicou Rafael.
A combinação das observações reforça a existência de matéria escura ao mostrar dois componentes distintos de massa no aglomerado.
Os modelos atuais sugerem que a matéria escura seja composta por partículas chamadas WIMPs (do inglês Weakly Interacting Massive Particles), que interagem muito pouco com a matéria comum.
Detectá-las diretamente é extremamente difícil, exigindo experimentos complexos, como o DAMA, que buscam sinais dessas partículas por interações muito sutis.
Durante o episódio, Rafael também explicou a diferença entre matéria escura e energia escura. A energia escura é responsável pela expansão acelerada do universo.
Edwin Hubble observou que galáxias mais distantes se afastam mais rapidamente, e esse efeito, segundo Rafael, só pode ser explicado por uma força desconhecida que impulsiona a expansão do cosmos, distinta da gravidade da matéria escura.
Novas hipóteses
O excesso de radiação gama observado no centro da Via Láctea gera duas possíveis explicações: uma é a presença de múltiplas estrelas de nêutrons, núcleos remanescentes de supernovas com campos magnéticos intensos que emitem radiação; a outra é a própria matéria escura, cuja interação gravitacional poderia explicar o fenômeno detectado.
A pesquisa ainda é recente, mas traz uma das evidências mais promissoras sobre a existência da substância invisível.

Aglomerado de estrelas no céu noturno
No último episódio do podcast iG Foi Pro Espaço, transmitido nesta quarta-feira (23), às 18h, no canal do YouTube do Portal iG, o físico e astrofísico Rafael de Campos, da USP, explicou as descobertas recentes sobre a matéria escura, observadas a partir de um brilho incomum de raios gama no centro da Via Láctea.
Segundo Rafael, os cientistas detectaram mais radiação do que o esperado, o que pode indicar a presença dessa substância invisível que não interage com a luz, mas exerce efeito gravitacional sobre estrelas e galáxias.
A matéria escura representa cerca de 27% do universo, enquanto a matéria visível corresponde apenas a 5%. Ela não emite luz, não reflete e até hoje não foi detectada diretamente, mas sua influência gravitacional é perceptível na velocidade das estrelas e galáxias.
As primeiras pistas surgiram com Fritz Zwicky, que notou movimentos estranhos em galáxias, e com Vera Rubin, que mediu a rotação das estrelas na galáxia de Andrômeda, confirmando que algo invisível interferia na dinâmica observada.
O aglomerado de galáxias conhecido como Aglomerado da Bala foi analisado por dois telescópios: o Hubble, que observa no visível, e o Chandra, que detecta radiação de alta energia em raios X.
” A matéria escura não interage com a luz, apenas com a gravidade. Os conjuntos de matéria escura passam um pelo outro sem interação, enquanto o gás aquece e emite radiação “, explicou Rafael.
A combinação das observações reforça a existência de matéria escura ao mostrar dois componentes distintos de massa no aglomerado.
Os modelos atuais sugerem que a matéria escura seja composta por partículas chamadas WIMPs (do inglês Weakly Interacting Massive Particles), que interagem muito pouco com a matéria comum.
Detectá-las diretamente é extremamente difícil, exigindo experimentos complexos, como o DAMA, que buscam sinais dessas partículas por interações muito sutis.
Durante o episódio, Rafael também explicou a diferença entre matéria escura e energia escura. A energia escura é responsável pela expansão acelerada do universo.
Edwin Hubble observou que galáxias mais distantes se afastam mais rapidamente, e esse efeito, segundo Rafael, só pode ser explicado por uma força desconhecida que impulsiona a expansão do cosmos, distinta da gravidade da matéria escura.
Novas hipóteses
O excesso de radiação gama observado no centro da Via Láctea gera duas possíveis explicações: uma é a presença de múltiplas estrelas de nêutrons, núcleos remanescentes de supernovas com campos magnéticos intensos que emitem radiação; a outra é a própria matéria escura, cuja interação gravitacional poderia explicar o fenômeno detectado.
A pesquisa ainda é recente, mas traz uma das evidências mais promissoras sobre a existência da substância invisível.