
Agentes da polícia civil em um dos alvos da operação
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) desarticulou nesta quinta-feira (30) um esquema de fraudes envolvendo falsificação de documentos, incluindo laudos médicos, usados para isenção indevida de imposto de renda. Segundo investigações, o grupo alegava falsamente contaminação por Césio-137, elemento radioativo presente no acidente de Goiânia na década de 1980.
Os agentes analisam um prejuízo potencial de R$ 79 milhões, com dano efetivo já apurado em cerca de R$ 1,7 milhão. Os suspeitos vão responder por estelionato contra ente público, associação criminosa e falsidade ideológica. Entre os alvos da operação estão advogados, um médico e um engenheiro.
Falsas vítimas do acidente radioativo
A polícia afirma que o grupo mantinha uma estrutura para falsificar documentos, laudos e relatórios médicos usados para entrar com ações na Justiça em nome de militares estaduais.
O objetivo era conseguir isenção do imposto de renda alegando exposição ao Césio-137, o elemento radioativo envolvido no acidente ocorrido em Goiânia em 1987, o maior do tipo já registrado fora de uma usina nuclear.
A ação da PCGO, batizada de Operação Césio 171, cumpriu mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia. Participou da ação a Delegacia Estadual de Investigações Criminais, via Grupo de Repressão a Roubos, com apoio da Gerência de Ações Estratégicas na Secretaria Estadual de Saúde.
A polícia informou ao Portal iG que todo o grupo foi desarticulado na ação desta quinta.
Início das investigações

Polícia cumpre mandados em endereços de investigados
O caso foi descoberto após a Justiça de Goiás receber, em dois anos, cerca de 80 ações alegando que clientes apresentavam doenças graves provocadas pela contaminação do Césio-137. Segundo o jornal Opção, todas as ações foram movidas por cinco advogados e estavam em nome de policiais militares e bombeiros aposentados de Goiás e Tocantins, com alegações de contaminação por material radioativo.
Em setembro de 2024, duas advogadas, apontadas como articuladoras do esquema, foram presas, enquanto um policial reformado foi detido por captar clientes para a fraude. Em pelo menos 18 processos, uma clínica em Goiás foi usada para falsificar exames.
Acidente histórico de 1987
O caso envolvendo o elemento químico altamente tóxico Césio-137 aconteceu em Goiânia, em setembro de 1987. Na ocasião, dois catadores de sucata encontraram e desmontaram um equipamento de radioterapia abandonado em um hospital desativado. Dentro dele, encontraram uma cápsula de cloreto de césio-137, dispositivo usado em tratamentos de câncer.
Sem saber do que se tratava, eles manusearam o elemento e compartilharam um pó brilhante que saiu do equipamento com várias pessoas pela cidade. Segundo agências, o caso causou quatro mortes confirmadas e contaminou mais de 200 pessoas, além de obrigar a remoção de toneladas de entulho radioativo. Casas inteiras foram demolidas e parte da cidade precisou ser isolada.

Agentes da polícia civil em um dos alvos da operação
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) desarticulou nesta quinta-feira (30) um esquema de fraudes envolvendo falsificação de documentos, incluindo laudos médicos, usados para isenção indevida de imposto de renda. Segundo investigações, o grupo alegava falsamente contaminação por Césio-137, elemento radioativo presente no acidente de Goiânia na década de 1980.
Os agentes analisam um prejuízo potencial de R$ 79 milhões, com dano efetivo já apurado em cerca de R$ 1,7 milhão. Os suspeitos vão responder por estelionato contra ente público, associação criminosa e falsidade ideológica. Entre os alvos da operação estão advogados, um médico e um engenheiro.
Falsas vítimas do acidente radioativo
A polícia afirma que o grupo mantinha uma estrutura para falsificar documentos, laudos e relatórios médicos usados para entrar com ações na Justiça em nome de militares estaduais.
O objetivo era conseguir isenção do imposto de renda alegando exposição ao Césio-137, o elemento radioativo envolvido no acidente ocorrido em Goiânia em 1987, o maior do tipo já registrado fora de uma usina nuclear.
A ação da PCGO, batizada de Operação Césio 171, cumpriu mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia. Participou da ação a Delegacia Estadual de Investigações Criminais, via Grupo de Repressão a Roubos, com apoio da Gerência de Ações Estratégicas na Secretaria Estadual de Saúde.
A polícia informou ao Portal iG que todo o grupo foi desarticulado na ação desta quinta.
Início das investigações

Polícia cumpre mandados em endereços de investigados
O caso foi descoberto após a Justiça de Goiás receber, em dois anos, cerca de 80 ações alegando que clientes apresentavam doenças graves provocadas pela contaminação do Césio-137. Segundo o jornal Opção, todas as ações foram movidas por cinco advogados e estavam em nome de policiais militares e bombeiros aposentados de Goiás e Tocantins, com alegações de contaminação por material radioativo.
Em setembro de 2024, duas advogadas, apontadas como articuladoras do esquema, foram presas, enquanto um policial reformado foi detido por captar clientes para a fraude. Em pelo menos 18 processos, uma clínica em Goiás foi usada para falsificar exames.
Acidente histórico de 1987
O caso envolvendo o elemento químico altamente tóxico Césio-137 aconteceu em Goiânia, em setembro de 1987. Na ocasião, dois catadores de sucata encontraram e desmontaram um equipamento de radioterapia abandonado em um hospital desativado. Dentro dele, encontraram uma cápsula de cloreto de césio-137, dispositivo usado em tratamentos de câncer.
Sem saber do que se tratava, eles manusearam o elemento e compartilharam um pó brilhante que saiu do equipamento com várias pessoas pela cidade. Segundo agências, o caso causou quatro mortes confirmadas e contaminou mais de 200 pessoas, além de obrigar a remoção de toneladas de entulho radioativo. Casas inteiras foram demolidas e parte da cidade precisou ser isolada.
