
O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) conversa com parlamentares durante extraordinária semipresencial
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades do país, em 22 de setembro, contra a PEC da Blindagem, projeto aprovado rapidamente pela Câmara dos Deputados que criava um cordão sanitário a parlamentares investigados ou denunciados por crimes diversos.
Era um acordo entre o centrão e a base bolsonarista em troca de anistia, outro projeto que tem apelo apenas entre investigados, presos ou julgados.
A situação se tornou insustentável e os líderes do Senado, preocupados com a reeleição daqui a um ano, tiveram que frear a ousadia. Entretanto, a mancha na gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB) permaneceu.
No dia 3 de outubro, o presidente da Câmara contratou uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas para iniciar um rebranding da instituição nas redes sociais. Ao custo de R$ 5 milhões e com o risco de dar margem a críticas, a proposta visa melhorar a imagem deteriorada dos parlamentares por meio de diagnósticos, relatórios, e criação de laboratórios de inovação e comunicação.
Faltava apenas o essencial: trabalho concreto para mostrar.
A poucos semanas do recesso, Motta decidiu focar em votar projetos que se conectam diretamente com o eleitor que irá às urnas em 2026.
Esse esforço busca reavivar projetos há tempos parados. Alguns são urgentes e outros têm grande apelo popular. Por exemplo, um projeto garante licença de três dias consecutivos a cada mês para mulheres que comprovem sintomas graves associados ao fluxo menstrual. Outro prevê ações de saúde para prevenção, detecção e tratamento de câncer do colo uterino e de mama.
Outro projeto estabelece critérios para monitoramento eletrônico de agressores no âmbito da violência contra a mulher.
Esses projetos se dirigem diretamente ao público feminino, que representa 52,47% dos eleitores do país. Ao todo, são 81,8 milhões de eleitoras que não têm motivo para se desinteressar frente aos debates dos parlamentares sobre temas que raramente impactam suas vidas.
Tudo isso alinhado com o governo, que busca se apresentar bem em ano eleitoral e necessita do Congresso para amenizar questões fiscais e políticas. Algumas lideranças que anteriormente se inclinavam para o lado bolsonarista já estão revisando suas posturas e adotam um tom diferente. Motta, que elogiou publicamente a capacidade do presidente Lula (PT) de dialogar com Donald Trump, é um exemplo disso.
Outro projeto que deve ganhar repercussão, especialmente em tempos de contaminação (e morte) de bebidas por metanol, tipifica como crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas. O governo aproveitou a oportunidade para incluir no PL medidas para combater fraudes na cadeia produtiva e reduzir gastos. Isso inclui a inclusão do Pé-de-Meia no piso constitucional da educação, limites ao seguro-defeso para pescadores, redução do prazo de concessão do auxílio-doença por análise documental e limitações à compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos entes federados.
Sim, são propostas desconexas, e é provável que essa inclusão estranha seja retirada a qualquer momento.
De toda forma, é importante acompanhar essa mudança repentina na postura dos deputados, passando de um espírito de corpo para um espírito público.
O tempo é curto, e já se perdeu muito tempo com discussões que pouco importam e projetos que visam apenas a proteger os interesses pessoais de quem agora se esforça para mostrar serviço e por que merece um novo mandato.

O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) conversa com parlamentares durante extraordinária semipresencial
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades do país, em 22 de setembro, contra a PEC da Blindagem, projeto aprovado rapidamente pela Câmara dos Deputados que criava um cordão sanitário a parlamentares investigados ou denunciados por crimes diversos.
Era um acordo entre o centrão e a base bolsonarista em troca de anistia, outro projeto que tem apelo apenas entre investigados, presos ou julgados.
A situação se tornou insustentável e os líderes do Senado, preocupados com a reeleição daqui a um ano, tiveram que frear a ousadia. Entretanto, a mancha na gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB) permaneceu.
No dia 3 de outubro, o presidente da Câmara contratou uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas para iniciar um rebranding da instituição nas redes sociais. Ao custo de R$ 5 milhões e com o risco de dar margem a críticas, a proposta visa melhorar a imagem deteriorada dos parlamentares por meio de diagnósticos, relatórios, e criação de laboratórios de inovação e comunicação.
Faltava apenas o essencial: trabalho concreto para mostrar.
A poucos semanas do recesso, Motta decidiu focar em votar projetos que se conectam diretamente com o eleitor que irá às urnas em 2026.
Esse esforço busca reavivar projetos há tempos parados. Alguns são urgentes e outros têm grande apelo popular. Por exemplo, um projeto garante licença de três dias consecutivos a cada mês para mulheres que comprovem sintomas graves associados ao fluxo menstrual. Outro prevê ações de saúde para prevenção, detecção e tratamento de câncer do colo uterino e de mama.
Outro projeto estabelece critérios para monitoramento eletrônico de agressores no âmbito da violência contra a mulher.
Esses projetos se dirigem diretamente ao público feminino, que representa 52,47% dos eleitores do país. Ao todo, são 81,8 milhões de eleitoras que não têm motivo para se desinteressar frente aos debates dos parlamentares sobre temas que raramente impactam suas vidas.
Tudo isso alinhado com o governo, que busca se apresentar bem em ano eleitoral e necessita do Congresso para amenizar questões fiscais e políticas. Algumas lideranças que anteriormente se inclinavam para o lado bolsonarista já estão revisando suas posturas e adotam um tom diferente. Motta, que elogiou publicamente a capacidade do presidente Lula (PT) de dialogar com Donald Trump, é um exemplo disso.
Outro projeto que deve ganhar repercussão, especialmente em tempos de contaminação (e morte) de bebidas por metanol, tipifica como crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas. O governo aproveitou a oportunidade para incluir no PL medidas para combater fraudes na cadeia produtiva e reduzir gastos. Isso inclui a inclusão do Pé-de-Meia no piso constitucional da educação, limites ao seguro-defeso para pescadores, redução do prazo de concessão do auxílio-doença por análise documental e limitações à compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos entes federados.
Sim, são propostas desconexas, e é provável que essa inclusão estranha seja retirada a qualquer momento.
De toda forma, é importante acompanhar essa mudança repentina na postura dos deputados, passando de um espírito de corpo para um espírito público.
O tempo é curto, e já se perdeu muito tempo com discussões que pouco importam e projetos que visam apenas a proteger os interesses pessoais de quem agora se esforça para mostrar serviço e por que merece um novo mandato.
