
Pesquisadores trabalhando em soluções portáteis de baixo custo para identificar metanol em bebidas
Um canudo capaz de mudar de cor ao entrar em contato com metanol foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para tornar mais seguro o consumo de bebidas alcoólicas, após centenas de casos suspeitos de intoxicação, incluindo mortes confirmadas, no Brasil.
O dispositivo indica rapidamente se a bebida contém a substância tóxica, sem necessidade de testes laboratoriais complexos, e poderá ser usado por órgãos de fiscalização, distribuidores e consumidores.
O kit utiliza um reagente químico impregnado no canudo, que altera sua cor ao detectar metanol. “Essa identificação é qualitativa. Ela não diz quanto tem de metanol, apenas se ele está presente ou ausente”, explicou o professor Railson Oliveira, um dos coordenadores da pesquisa.
O método se baseia em espectroscopia infravermelha, que permite detectar adulterações em poucos minutos, mesmo em garrafas lacradas, e rastrear a origem das cachaças produzidas na Paraíba.
O trabalho é coordenado pelo professor David Douglas Fernandes, do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da UEPB, em colaboração com os professores Railson Oliveira, Germano Veras e Felix Brito, além de outros pesquisadores.
Segundo Fernandes, “conseguimos uma taxa de classificação de 97% e identificar se a cachaça foi produzida na região do brejo paraibano ou fora dela”.
A metodologia foi validada em artigos publicados em revistas como Food Chemistry e Food Research International, mostrando que o método detecta alterações na composição das bebidas, como adição de água ou outros compostos.
“O próximo passo é produzir instrumentos portáteis de baixo custo para uso em linha de produção, garantindo segurança ao consumidor e praticidade para órgãos de fiscalização”, explicou a pró-reitora de pós-graduação, Nadja Oliveira.
Política pública
A UEPB busca parcerias com empresas para produzir os canudos em larga escala, disponibilizando-os primeiro a órgãos de vigilância e, depois, a bares, restaurantes e distribuidores.
O projeto chamou a atenção do Ministério da Saúde e de parlamentares. Em reunião remota no último sábado (04), a reitora da UEPB, Célia Regina, discutiu com o ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, Hugo Motta, a aplicação prática da tecnologia.
“Essa união de esforços busca enfrentar de forma técnica, científica e eficaz um grave problema de saúde pública, que tem vitimado pessoas em diversas partes do nosso país”, afirmou a reitora.
Situação dos casos de metanol no Brasil
O Ministério da Saúde atualizou a situação da crise de metanol no país nesta quarta-feira (22). Até o momento, foram confirmados 10 óbitos: 07 em São Paulo, 02 em Pernambuco e 01 no Paraná.
Outros 11 óbitos seguem em investigação: 06 em Pernambuco, 02 no Paraná, 01 em São Paulo, 01 no Mato Grosso do Sul e 01 em Minas Gerais. Outras 28 notificações de óbitos foram descartadas.
No total, foram registradas 112 notificações de intoxicação, sendo 53 casos confirmados e 59 em investigação, enquanto 609 notificações foram descartadas.
São Paulo concentra o maior número de casos confirmados, com 42, além de 18 em investigação. Entre os demais estados, há casos confirmados em Paraná (06), Pernambuco (03), Rio Grande do Sul (01) e Mato Grosso (01).
Os casos em investigação se distribuem por Pernambuco (26), São Paulo (18), Piauí (04), Paraná (04), Ceará (02), Rio de Janeiro (01), Goiás (01), Mato Grosso do Sul (01), Mato Grosso (01) e Tocantins (01).

Pesquisadores trabalhando em soluções portáteis de baixo custo para identificar metanol em bebidas
Um canudo capaz de mudar de cor ao entrar em contato com metanol foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para tornar mais seguro o consumo de bebidas alcoólicas, após centenas de casos suspeitos de intoxicação, incluindo mortes confirmadas, no Brasil.
O dispositivo indica rapidamente se a bebida contém a substância tóxica, sem necessidade de testes laboratoriais complexos, e poderá ser usado por órgãos de fiscalização, distribuidores e consumidores.
O kit utiliza um reagente químico impregnado no canudo, que altera sua cor ao detectar metanol. “Essa identificação é qualitativa. Ela não diz quanto tem de metanol, apenas se ele está presente ou ausente”, explicou o professor Railson Oliveira, um dos coordenadores da pesquisa.
O método se baseia em espectroscopia infravermelha, que permite detectar adulterações em poucos minutos, mesmo em garrafas lacradas, e rastrear a origem das cachaças produzidas na Paraíba.
O trabalho é coordenado pelo professor David Douglas Fernandes, do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da UEPB, em colaboração com os professores Railson Oliveira, Germano Veras e Felix Brito, além de outros pesquisadores.
Segundo Fernandes, “conseguimos uma taxa de classificação de 97% e identificar se a cachaça foi produzida na região do brejo paraibano ou fora dela”.
A metodologia foi validada em artigos publicados em revistas como Food Chemistry e Food Research International, mostrando que o método detecta alterações na composição das bebidas, como adição de água ou outros compostos.
“O próximo passo é produzir instrumentos portáteis de baixo custo para uso em linha de produção, garantindo segurança ao consumidor e praticidade para órgãos de fiscalização”, explicou a pró-reitora de pós-graduação, Nadja Oliveira.
Política pública
A UEPB busca parcerias com empresas para produzir os canudos em larga escala, disponibilizando-os primeiro a órgãos de vigilância e, depois, a bares, restaurantes e distribuidores.
O projeto chamou a atenção do Ministério da Saúde e de parlamentares. Em reunião remota no último sábado (04), a reitora da UEPB, Célia Regina, discutiu com o ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, Hugo Motta, a aplicação prática da tecnologia.
“Essa união de esforços busca enfrentar de forma técnica, científica e eficaz um grave problema de saúde pública, que tem vitimado pessoas em diversas partes do nosso país”, afirmou a reitora.
Situação dos casos de metanol no Brasil
O Ministério da Saúde atualizou a situação da crise de metanol no país nesta quarta-feira (22). Até o momento, foram confirmados 10 óbitos: 07 em São Paulo, 02 em Pernambuco e 01 no Paraná.
Outros 11 óbitos seguem em investigação: 06 em Pernambuco, 02 no Paraná, 01 em São Paulo, 01 no Mato Grosso do Sul e 01 em Minas Gerais. Outras 28 notificações de óbitos foram descartadas.
No total, foram registradas 112 notificações de intoxicação, sendo 53 casos confirmados e 59 em investigação, enquanto 609 notificações foram descartadas.
São Paulo concentra o maior número de casos confirmados, com 42, além de 18 em investigação. Entre os demais estados, há casos confirmados em Paraná (06), Pernambuco (03), Rio Grande do Sul (01) e Mato Grosso (01).
Os casos em investigação se distribuem por Pernambuco (26), São Paulo (18), Piauí (04), Paraná (04), Ceará (02), Rio de Janeiro (01), Goiás (01), Mato Grosso do Sul (01), Mato Grosso (01) e Tocantins (01).