
Crise do metanol acendem alerta em todo o Brasil
A crise do metanol reacendeu um alerta no mercado de bebidas destiladas, colocando em dúvida a confiança dos consumidores. Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 29 de outubro, foram registradas 103 notificações de intoxicação por metanol, com 59 casos confirmados e 44 em investigação, resultando em 15 mortes (nove em São Paulo, três no Paraná e três em Pernambuco).
O problema, que se origina da adulteração de bebidas, já está afetando o consumo. De acordo com a Abrasel-Stone, as vendas de bebidas em bares e restaurantes caíram 4,9% em setembro, refletindo o receio do público.
Além do risco à saúde, o episódio compromete a imagem das marcas e expõe fragilidades na cadeia de distribuição. A Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) informa que a falsificação aumentou 25,8% entre 2023 e 2024, com estimativas de que um terço do uísque e 27% das vodcas vendidas no país sejam ilegais.
Segundo o professor de MBA em Marketing da FGV (Fundação Getúlio Vargas), José Mauro Nunes, a crise recente não apenas expôs riscos à saúde pública, mas também uma ameaça à imagem e confiança nas marcas de destilados. O impacto imediato foi sentido especialmente na percepção de segurança entre os consumidores em bares, boates e pontos de venda físicos.
O professor ressalta que as empresas devem fortalecer o controle de distribuição e dos locais de venda de seus produtos, além de comunicar claramente a origem das bebidas. Criar mecanismos de certificação e campanhas que reforcem a confiança do consumidor é essencial.
Marcas, distribuidoras e bares devem investir em campanhas midiáticas consistentes que comprovem a procedência e autenticidade das bebidas, para fortalecer a percepção de segurança. Ele também sugere a adoção de selos de origem — como o conceito de “Bebida Segura e Original” — e a criação de canais de denúncia envolvendo fabricantes, distribuidores e pontos de venda.
A identificação clara nos estabelecimentos físicos é fundamental para assegurar ao consumidor que aquele é um local seguro para compra e consumo.
“Essa é uma crise de canal. As empresas que agirem com transparência e responsabilidade sairão mais fortes. As que se omitirem poderão associar suas marcas à negligência. A confiança será restaurada por meio de comunicação aberta, certificação e ações conjuntas do setor,” conclui Nunes.
“Não é acidente, é crime”
Em carta aberta, a ABBD enfatizou que a falsificação “não é acidente, é crime” e destacou o Programa Bebida Segura, que orienta estabelecimentos a verificar a procedência das bebidas. Uma pesquisa da Blockforce revela que 92% dos brasileiros desejam rastrear a origem dos produtos alcoólicos que consomem.
A lição que emerge da crise é clara: em tempos de desconfiança, a reputação se torna o ativo mais valioso.

Crise do metanol acendem alerta em todo o Brasil
A crise do metanol reacendeu um alerta no mercado de bebidas destiladas, colocando em dúvida a confiança dos consumidores. Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 29 de outubro, foram registradas 103 notificações de intoxicação por metanol, com 59 casos confirmados e 44 em investigação, resultando em 15 mortes (nove em São Paulo, três no Paraná e três em Pernambuco).
O problema, que se origina da adulteração de bebidas, já está afetando o consumo. De acordo com a Abrasel-Stone, as vendas de bebidas em bares e restaurantes caíram 4,9% em setembro, refletindo o receio do público.
Além do risco à saúde, o episódio compromete a imagem das marcas e expõe fragilidades na cadeia de distribuição. A Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) informa que a falsificação aumentou 25,8% entre 2023 e 2024, com estimativas de que um terço do uísque e 27% das vodcas vendidas no país sejam ilegais.
Segundo o professor de MBA em Marketing da FGV (Fundação Getúlio Vargas), José Mauro Nunes, a crise recente não apenas expôs riscos à saúde pública, mas também uma ameaça à imagem e confiança nas marcas de destilados. O impacto imediato foi sentido especialmente na percepção de segurança entre os consumidores em bares, boates e pontos de venda físicos.
O professor ressalta que as empresas devem fortalecer o controle de distribuição e dos locais de venda de seus produtos, além de comunicar claramente a origem das bebidas. Criar mecanismos de certificação e campanhas que reforcem a confiança do consumidor é essencial.
Marcas, distribuidoras e bares devem investir em campanhas midiáticas consistentes que comprovem a procedência e autenticidade das bebidas, para fortalecer a percepção de segurança. Ele também sugere a adoção de selos de origem — como o conceito de “Bebida Segura e Original” — e a criação de canais de denúncia envolvendo fabricantes, distribuidores e pontos de venda.
A identificação clara nos estabelecimentos físicos é fundamental para assegurar ao consumidor que aquele é um local seguro para compra e consumo.
“Essa é uma crise de canal. As empresas que agirem com transparência e responsabilidade sairão mais fortes. As que se omitirem poderão associar suas marcas à negligência. A confiança será restaurada por meio de comunicação aberta, certificação e ações conjuntas do setor,” conclui Nunes.
“Não é acidente, é crime”
Em carta aberta, a ABBD enfatizou que a falsificação “não é acidente, é crime” e destacou o Programa Bebida Segura, que orienta estabelecimentos a verificar a procedência das bebidas. Uma pesquisa da Blockforce revela que 92% dos brasileiros desejam rastrear a origem dos produtos alcoólicos que consomem.
A lição que emerge da crise é clara: em tempos de desconfiança, a reputação se torna o ativo mais valioso.
