
Bons tempos aqueles em que amizades ou simples contatos telefônicos bastavam para ajustar narrativas e interesses escusos. Os fracassos no combate ao crime, ao longo dos anos, foram covardemente atribuídos apenas às polícias. A população, carente de informações, acreditava na culpa exclusiva e via sua confiança nas instituições diminuir gradativamente. A democratização da notícia pelas redes sociais revelou diversos corresponsáveis. Dia após dia, as pessoas se dão conta daqueles que fingem e não compartilham do propósito ideal. É certo afirmar que temos subterfúgios legais que abraçam, protegem e livram criminosos de qualquer risco de prisão, mas há também recursos capazes de anular a impunidade.
Quando a soberania jurídica, adornada por título e traje, decide pela permanência do criminoso no convívio social, o discurso sobre normas processuais já não convence aqueles que conhecem os institutos da prisão temporária e preventiva. Os alvarás de soltura, concedidos a criminosos com alto poder destrutivo, não se sustentam mais, nem mesmo perante o raso conhecimento jurídico da população. Já chegamos ao absurdo de uma defensora pública afirmar que o policial deve esperar ser alvejado para efetuar disparos. Libertamos traficantes detidos com grandes quantidades de drogas ao encontrar qualquer vício na produção da diligência. A dedicação daqueles que se arriscam diariamente para garantir o bem comum nunca foi tão intensa. Em contrapartida, medidas que fortalecem o ambiente criminoso continuam a testar a resiliência da nação.
Deveríamos erguer um monumento no centro das capitais brasileiras para conferir notoriedade às pessoas que, exercendo função pública, são responsáveis por decisões que causam prejuízo ao povo. Talvez um “Muro da Imoralidade” reduzisse a falta de vergonha. Algumas péssimas decisões, disfarçadas de ordenamento jurídico, escondem opções justas e legais que foram deixadas de lado intencionalmente. Por fim, a verdade se torna cada vez mais difícil de ser manipulada e a conta para os nocivos terá que ser paga!
