
Trânsito em São Paulo
Domingo é o dia com mais acidentes de trânsito no Brasil, com mais de 11 mil ocorrências em 2023 e 2024. Sexta-feira e sábado aparecem logo atrás, compondo o período de maior risco da semana, quando longos deslocamentos, lazer noturno e fadiga ampliam a gravidade dos sinistros.
Em contrapartida, a terça-feira concentra o menor volume de registros. Para especialistas, a leitura dos dados mostra que o fim de semana exige mais atenção ao volante, sobretudo porque álcool e velocidade se somam à alta exposição em rodovias e viagens intermunicipais.
Picos temporais de comportamento
Os dados por fase do dia confirmam que o pleno dia reúne a maior parte das ocorrências, seguido pela plena noite. O amanhecer é o período com menos registros, mas a gravidade aumenta à noite devido ao álcool, ao cansaço e à maior velocidade dos veículos.
“Os picos se concentram no fim de semana, com sexta-feira liderando as ocorrências — o que combina pressa do pós-expediente, deslocamentos mais longos e aumento de velocidade. Sábado mantém fluxo elevado e lazer noturno, quando há mais cansaço e álcool”, explica Luiz Gustavo Campos, especialista em trânsito e diretor da Perkons.
Na mesma linha, Diogo Figueiredo, gerente de capacitação da CEPA Mobility Brasil, destaca: “no recorte sexta-a-domingo à noite, o par álcool + velocidade explica a maior parte do excesso de risco e da gravidade. Evidências mostram maior envolvimento de álcool no fim de semana e que reduzir velocidade derruba colisões e feridos graves”.
O recorte por estados mostra Minas Gerais liderando em volume absoluto de acidentes em 2024, com mais de 9,2 mil registros, seguido por Santa Catarina e Paraná.
A explicação está ligada a fatores de exposição: malha rodoviária extensa, turismo intenso e grandes corredores logísticos.
Campos ressalta, porém, que números absolutos não bastam: “o que importa para gestão é olhar taxas por quilômetro rodado, frota e população, além de mapas de calor por trecho e horário. Só assim a fiscalização e a engenharia de tráfego conseguem agir onde dói”.
A maior parte dos acidentes envolve motoristas de 18 a 44 anos, justamente a faixa etária que concentra deslocamentos noturnos e viagens de lazer.
Em números de gênero, os homens representam a maioria dos registros, coerente com a maior presença ao volante e maior propensão a comportamentos de risco.
“O peso das mortes por trânsito no Brasil recai fortemente sobre as idades produtivas”, observa Figueiredo.
Ele lembra que crianças e idosos se deslocam menos em horários críticos, o que ajuda a explicar sua menor participação estatística.
Entre os tipos de ocorrência, a colisão traseira é a mais comum, seguida de saída de leito carroçável e colisões transversais. No outro extremo, sinistro pessoal de trânsito e derramamento de carga aparecem como eventos raros.
Esse padrão reforça a importância de manter distância segura entre veículos e atenção em rodovias. Campos sintetiza a principal recomendação ao motorista: “velocidade é o fator que mais agrava lesões em caso de sinistro. Respeite o limite da via e mantenha distância”.
O que funciona: políticas públicas e gestão de risco
A literatura internacional e a experiência brasileira apontam algumas medidas como eficazes:
- Blitz de alcoolemia frequentes e com visibilidade;
- Gestão de velocidade com limites coerentes e radares em trechos críticos;
- Transporte noturno seguro após eventos e festas;
- Campanhas educativas contínuas que reforcem risco e responsabilidade.
“Blitz de alcoolemia e radares têm efeito direto na redução de sinistros fatais. Cada equipamento evita em média 3 mortes e 34 acidentes por ano”, reforça Campos, citando estudos de impacto sobre fiscalização eletrônica.
Para gestores de frotas, Figueiredo recomenda práticas objetivas: “briefing de sexta-feira, tolerância zero ao álcool, metas de excesso de velocidade e ajuste de janelas de entrega para evitar madrugadas”.

Trânsito em São Paulo
Domingo é o dia com mais acidentes de trânsito no Brasil, com mais de 11 mil ocorrências em 2023 e 2024. Sexta-feira e sábado aparecem logo atrás, compondo o período de maior risco da semana, quando longos deslocamentos, lazer noturno e fadiga ampliam a gravidade dos sinistros.
Em contrapartida, a terça-feira concentra o menor volume de registros. Para especialistas, a leitura dos dados mostra que o fim de semana exige mais atenção ao volante, sobretudo porque álcool e velocidade se somam à alta exposição em rodovias e viagens intermunicipais.
Picos temporais de comportamento
Os dados por fase do dia confirmam que o pleno dia reúne a maior parte das ocorrências, seguido pela plena noite. O amanhecer é o período com menos registros, mas a gravidade aumenta à noite devido ao álcool, ao cansaço e à maior velocidade dos veículos.
“Os picos se concentram no fim de semana, com sexta-feira liderando as ocorrências — o que combina pressa do pós-expediente, deslocamentos mais longos e aumento de velocidade. Sábado mantém fluxo elevado e lazer noturno, quando há mais cansaço e álcool”, explica Luiz Gustavo Campos, especialista em trânsito e diretor da Perkons.
Na mesma linha, Diogo Figueiredo, gerente de capacitação da CEPA Mobility Brasil, destaca: “no recorte sexta-a-domingo à noite, o par álcool + velocidade explica a maior parte do excesso de risco e da gravidade. Evidências mostram maior envolvimento de álcool no fim de semana e que reduzir velocidade derruba colisões e feridos graves”.
O recorte por estados mostra Minas Gerais liderando em volume absoluto de acidentes em 2024, com mais de 9,2 mil registros, seguido por Santa Catarina e Paraná.
A explicação está ligada a fatores de exposição: malha rodoviária extensa, turismo intenso e grandes corredores logísticos.
Campos ressalta, porém, que números absolutos não bastam: “o que importa para gestão é olhar taxas por quilômetro rodado, frota e população, além de mapas de calor por trecho e horário. Só assim a fiscalização e a engenharia de tráfego conseguem agir onde dói”.
A maior parte dos acidentes envolve motoristas de 18 a 44 anos, justamente a faixa etária que concentra deslocamentos noturnos e viagens de lazer.
Em números de gênero, os homens representam a maioria dos registros, coerente com a maior presença ao volante e maior propensão a comportamentos de risco.
“O peso das mortes por trânsito no Brasil recai fortemente sobre as idades produtivas”, observa Figueiredo.
Ele lembra que crianças e idosos se deslocam menos em horários críticos, o que ajuda a explicar sua menor participação estatística.
Entre os tipos de ocorrência, a colisão traseira é a mais comum, seguida de saída de leito carroçável e colisões transversais. No outro extremo, sinistro pessoal de trânsito e derramamento de carga aparecem como eventos raros.
Esse padrão reforça a importância de manter distância segura entre veículos e atenção em rodovias. Campos sintetiza a principal recomendação ao motorista: “velocidade é o fator que mais agrava lesões em caso de sinistro. Respeite o limite da via e mantenha distância”.
O que funciona: políticas públicas e gestão de risco
A literatura internacional e a experiência brasileira apontam algumas medidas como eficazes:
- Blitz de alcoolemia frequentes e com visibilidade;
- Gestão de velocidade com limites coerentes e radares em trechos críticos;
- Transporte noturno seguro após eventos e festas;
- Campanhas educativas contínuas que reforcem risco e responsabilidade.
“Blitz de alcoolemia e radares têm efeito direto na redução de sinistros fatais. Cada equipamento evita em média 3 mortes e 34 acidentes por ano”, reforça Campos, citando estudos de impacto sobre fiscalização eletrônica.
Para gestores de frotas, Figueiredo recomenda práticas objetivas: “briefing de sexta-feira, tolerância zero ao álcool, metas de excesso de velocidade e ajuste de janelas de entrega para evitar madrugadas”.