
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski: “crise para a saúde pública e a economia”
O Ministério da Justiça vai notificar um total de 30 estabelecimentos comerciais de bebidas alcoólicas suspeitos de adulteração por metanol, em ações realizadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (7), acompanhado do secretário Nacional do Consumidor, Paulo Pereira, e da secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado.
Lewandowski informou também que o governo passará a receber amostras dos produtos que estão sendo coletados em vistorias a fábricas clandestinas pelo Brasil para realizar análises e verificar se o metanol detectado é de origem vegetal ou fóssil.
Há duas possibilidades que estão sendo analisadas: se o metanol é de origem vegetal, da própria produção da bebida, ou se o metanol é fóssil, ou seja, a substância usada em combustíveis e solventes.
“Vamos com muita clareza atacar aqueles comerciantes que estão alterando as bebidas de forma intencional. Essa situação de saber a origem do metanol é muito importante, porque direciona as investigações. E não podemos paralisar o setor de bebidas”, afirmou Lewandowski.
Para o ministro, por conta das adulterações por metanol, o país enfrenta hoje uma “crise para a saúde pública e a economia”.
“Trata-se de uma crise de saúde pública, de certa maneira inusitada, pois as pessoas estão sendo afetadas por um produto cuja toxicidade e efeitos nocivos à saúde humana ainda não eram amplamente conhecidos”, avalia ele.
Impacto nas vendas
Mais cedo, ainda nesta terça, Lewandowski esteve reunido com representantes de associações e indústrias de bebidas alcoólicas, que manifestaram preocupação sobre o impacto negativo da crise sobre as vendas no segmento.
No último fim de semana, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), em entrevista ao Portal iG, apontou um prejuízo de até 50% do setor com a venda de destilados.
O ministro reconhece o problema e ressalta que a crise do metanol não pode “paralisar um setor importante da economia nacional”.
Notificações
Paulo Pereira, da Senacon, informou que a secretaria notificou 15 estabelecimentos e acionaria administrativamente outros 15 ainda nesta terça.
Ainda segundo Pereira, além das notificações, outras 25 distribuidoras, associações e entidades do setor foram procuradas para prestar esclarecimentos sobre a falsificação de bebidas alcoólicas; a maioria fica no Estado de São Paulo.
Em relação às análises de amostras dos produtos que estão sendo coletados nas vistorias, Lewandowski disse que a medida permitirá que “haja um direcionamento” nas investigações.
O objetivo é fornecer estrutura aos Estados para chegar ao DNA do metanol e verificar se o material é derivado de fontes naturais ou se foi constituído com compostos industriais.
“Vamos receber amostras tanto das apreensões pela Polícia Federal, assim como casos de confirmação”, explicou a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado.
Comitê
O ministro também anunciou nesta terça a criação de um comitê “informal” com a indústria para combater a crise do metanol de forma “mais acelerada”.
“É importante montar um comitê de enfrentamento da crise do metanol, informal, onde possa haver troca de informações, de boas práticas e anúncios das providências para avançarmos rapidamente na solução do problema”, afirmou o ministro da Justiça, acrescentando que conta com apoio do setor privado para rastrear as irregularidades no mercado.
Notificações
Diariamente, aumenta o número de ocorrências por intoxicação por metanol no Brasil.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, o país registrou 225 casos suspeitos e 16 confirmados. Entre os 16, 14 se deram no Estado de São Paulo e dois no Paraná.
Há três mortes confirmadas em decorrência da intoxicação, ambas em São Paulo, e 13 em investigação (7 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 em PB e 1 no CE).
A última morte confirmada foi em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, nesta segunda-feira (6).
As informações com os dados atualizados são enviadas pelos estados e consolidadas pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski: “crise para a saúde pública e a economia”
O Ministério da Justiça vai notificar um total de 30 estabelecimentos comerciais de bebidas alcoólicas suspeitos de adulteração por metanol, em ações realizadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (7), acompanhado do secretário Nacional do Consumidor, Paulo Pereira, e da secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado.
Lewandowski informou também que o governo passará a receber amostras dos produtos que estão sendo coletados em vistorias a fábricas clandestinas pelo Brasil para realizar análises e verificar se o metanol detectado é de origem vegetal ou fóssil.
Há duas possibilidades que estão sendo analisadas: se o metanol é de origem vegetal, da própria produção da bebida, ou se o metanol é fóssil, ou seja, a substância usada em combustíveis e solventes.
“Vamos com muita clareza atacar aqueles comerciantes que estão alterando as bebidas de forma intencional. Essa situação de saber a origem do metanol é muito importante, porque direciona as investigações. E não podemos paralisar o setor de bebidas”, afirmou Lewandowski.
Para o ministro, por conta das adulterações por metanol, o país enfrenta hoje uma “crise para a saúde pública e a economia”.
“Trata-se de uma crise de saúde pública, de certa maneira inusitada, pois as pessoas estão sendo afetadas por um produto cuja toxicidade e efeitos nocivos à saúde humana ainda não eram amplamente conhecidos”, avalia ele.
Impacto nas vendas
Mais cedo, ainda nesta terça, Lewandowski esteve reunido com representantes de associações e indústrias de bebidas alcoólicas, que manifestaram preocupação sobre o impacto negativo da crise sobre as vendas no segmento.
No último fim de semana, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), em entrevista ao Portal iG, apontou um prejuízo de até 50% do setor com a venda de destilados.
O ministro reconhece o problema e ressalta que a crise do metanol não pode “paralisar um setor importante da economia nacional”.
Notificações
Paulo Pereira, da Senacon, informou que a secretaria notificou 15 estabelecimentos e acionaria administrativamente outros 15 ainda nesta terça.
Ainda segundo Pereira, além das notificações, outras 25 distribuidoras, associações e entidades do setor foram procuradas para prestar esclarecimentos sobre a falsificação de bebidas alcoólicas; a maioria fica no Estado de São Paulo.
Em relação às análises de amostras dos produtos que estão sendo coletados nas vistorias, Lewandowski disse que a medida permitirá que “haja um direcionamento” nas investigações.
O objetivo é fornecer estrutura aos Estados para chegar ao DNA do metanol e verificar se o material é derivado de fontes naturais ou se foi constituído com compostos industriais.
“Vamos receber amostras tanto das apreensões pela Polícia Federal, assim como casos de confirmação”, explicou a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado.
Comitê
O ministro também anunciou nesta terça a criação de um comitê “informal” com a indústria para combater a crise do metanol de forma “mais acelerada”.
“É importante montar um comitê de enfrentamento da crise do metanol, informal, onde possa haver troca de informações, de boas práticas e anúncios das providências para avançarmos rapidamente na solução do problema”, afirmou o ministro da Justiça, acrescentando que conta com apoio do setor privado para rastrear as irregularidades no mercado.
Notificações
Diariamente, aumenta o número de ocorrências por intoxicação por metanol no Brasil.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, o país registrou 225 casos suspeitos e 16 confirmados. Entre os 16, 14 se deram no Estado de São Paulo e dois no Paraná.
Há três mortes confirmadas em decorrência da intoxicação, ambas em São Paulo, e 13 em investigação (7 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 em PB e 1 no CE).
A última morte confirmada foi em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, nesta segunda-feira (6).
As informações com os dados atualizados são enviadas pelos estados e consolidadas pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).