
Bagres-abelha são flagrados escalando cachoeira em MS
Uma cena incomum chamou a atenção no interior do Mato Grosso do Sul: milhares de bagres-abelha (Rhyacoglanis paranensis) foram flagrados subindo uma cachoeira no rio Aquidauana, em um espetáculo natural raramente documentado. As informações são da CNN.
O registro, feito pela Polícia Militar Ambiental em novembro de 2024, despertou o interesse imediato de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), que se deslocaram ao local para investigar o fenômeno.
Coordenada pela bióloga Manoela Marinho, a equipe científica observou uma verdadeira “muralha” de peixes aderidos às pedras. Em paredões de até quatro metros de altura, os bagres avançavam lentamente contra a correnteza, utilizando as rochas como apoio.
Em alguns pontos, formavam aglomerados, enquanto outros indivíduos exploravam fendas e áreas mais protegidas. Segundo os pesquisadores, pelo menos três outras espécies de peixes foram vistas utilizando a mesma rota vertical, o que indica que o percurso é compartilhado por diferentes grupos adultos.
Os cientistas também notaram que a escalada segue um padrão estratégico. Os bagres se impulsionam com força, fazem pequenas pausas para descansar e retomam o movimento, alternando avanço e repouso para evitar o desgaste físico.
Durante o dia, preferem permanecer em locais sombreados; já ao anoitecer, intensificam a subida rumo às partes mais altas do rio.
O mecanismo de aderência desses peixes intriga os especialistas. Com as nadadeiras peitorais totalmente abertas, os bagres “abraçam” as rochas e se deslocam com movimentos laterais e impulsos da cauda.
Uma cavidade natural na região abdominal cria sucção suficiente para fixá-los mesmo em superfícies lisas e molhadas, um recurso diferente das ventosas observadas em espécies como o goby-lava, encontrado no Havaí.
A principal hipótese levantada pela equipe é que os bagres-abelha estejam em migração reprodutiva, subindo o rio para desovar em regiões mais elevadas.
No entanto, ainda não há confirmação se o fenômeno ocorre todos os anos ou se é pontual, possivelmente influenciado por condições ambientais específicas.
O registro reforça, segundo os pesquisadores, a importância de preservar os habitats aquáticos da região.
O estudo segue em andamento na UFMS e deve contribuir para ampliar o conhecimento sobre a ecologia do Rhyacoglanis paranensis, uma espécie discreta, mas essencial para o equilíbrio dos ecossistemas fluviais do Pantanal.

Bagres-abelha são flagrados escalando cachoeira em MS
Uma cena incomum chamou a atenção no interior do Mato Grosso do Sul: milhares de bagres-abelha (Rhyacoglanis paranensis) foram flagrados subindo uma cachoeira no rio Aquidauana, em um espetáculo natural raramente documentado. As informações são da CNN.
O registro, feito pela Polícia Militar Ambiental em novembro de 2024, despertou o interesse imediato de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), que se deslocaram ao local para investigar o fenômeno.
Coordenada pela bióloga Manoela Marinho, a equipe científica observou uma verdadeira “muralha” de peixes aderidos às pedras. Em paredões de até quatro metros de altura, os bagres avançavam lentamente contra a correnteza, utilizando as rochas como apoio.
Em alguns pontos, formavam aglomerados, enquanto outros indivíduos exploravam fendas e áreas mais protegidas. Segundo os pesquisadores, pelo menos três outras espécies de peixes foram vistas utilizando a mesma rota vertical, o que indica que o percurso é compartilhado por diferentes grupos adultos.
Os cientistas também notaram que a escalada segue um padrão estratégico. Os bagres se impulsionam com força, fazem pequenas pausas para descansar e retomam o movimento, alternando avanço e repouso para evitar o desgaste físico.
Durante o dia, preferem permanecer em locais sombreados; já ao anoitecer, intensificam a subida rumo às partes mais altas do rio.
O mecanismo de aderência desses peixes intriga os especialistas. Com as nadadeiras peitorais totalmente abertas, os bagres “abraçam” as rochas e se deslocam com movimentos laterais e impulsos da cauda.
Uma cavidade natural na região abdominal cria sucção suficiente para fixá-los mesmo em superfícies lisas e molhadas, um recurso diferente das ventosas observadas em espécies como o goby-lava, encontrado no Havaí.
A principal hipótese levantada pela equipe é que os bagres-abelha estejam em migração reprodutiva, subindo o rio para desovar em regiões mais elevadas.
No entanto, ainda não há confirmação se o fenômeno ocorre todos os anos ou se é pontual, possivelmente influenciado por condições ambientais específicas.
O registro reforça, segundo os pesquisadores, a importância de preservar os habitats aquáticos da região.
O estudo segue em andamento na UFMS e deve contribuir para ampliar o conhecimento sobre a ecologia do Rhyacoglanis paranensis, uma espécie discreta, mas essencial para o equilíbrio dos ecossistemas fluviais do Pantanal.