
Países como Eslováquia e Hungria argumentam contra interrupção da importação
Os ministros de Energia da União Europeia apoiaram nesta segunda-feira (20) uma proposta para eliminar gradualmente as importações de petróleo e gás da Rússia até janeiro de 2028, segundo informou o Conselho da União Europeia.
O plano prevê banir novos contratos de compra de gás russo a partir de janeiro de 2026. Contratos de curto prazo já existentes seriam encerrados a partir de junho de 2026 e contratos de longo prazo, em janeiro de 2028. As decisões foram tomadas durante uma reunião em Luxemburgo.
A proposta acatada pelos governos dos Estados-membros ainda não é definitiva. A posição comum adotada pelos ministros era necessária para que o projeto desenhado pela Comissão Europeia pudesse avançar no Parlamento Europeu. Agora, os países precisam negociar os detalhes finais diretamente com os parlamentares, que terão a palavra final para transformar o projeto em lei.
Crise energética pressiona demanda por gás russo
O objetivo do bloco é privar o Kremlin de receitas que hoje financiam sua guerra na Ucrânia. Atualmente, a Rússia responde por 13% das importações de gás da UE, ante 45% antes da invasão da Ucrânia, em 2022. Hungria, França e Bélgica ainda lideram a compra de gás russo no continente.
Apesar da redução, a crise energética europeia fez as importações de gás natural liquefeito (GNL), transportado pelo mar, voltarem a crescer em 2024. Na primeira metade de 2025, o bloco importou GNL russo no valor de quase 4,5 bilhões de euros.
Hungria e Eslováquia se opuseram ao plano, mas não puderam bloquear a medida dentro do Conselho devido ao apoio de uma maioria qualificada dos países, ou seja, de pelo menos 55% dos representantes. Para contornar resistências, a minuta incluiu regras mais flexíveis para países sem saída ao mar, que dependem do fornecimento de gás via gasoduto.
O principal diplomata de Budapeste, Peter Szijjarto, afirmou à imprensa que o fornecimento de energia na Hungria será comprometido. Seu governo, que tem uma orientação pró-Rússia, ressalta que o país precisa importar produto de Moscou devido a restrições geográficas.
Autonomia energética
O ministro da Energia da Dinamarca, Lars Aagaard, que presidiu as discussões, afirmou que uma Europa energeticamente independente é uma Europa mais forte e mais segura.
Ele destacou que, embora tenham trabalhado duro para retirar o gás e o petróleo russos da Europa nos últimos anos, ainda não conseguiram completar essa transição.
Aagaard também ressaltou que foi crucial garantir um forte apoio dos ministros de energia da Europa para a iniciativa.
Essa posição é compartilhada pelo comissário de Energia da UE, Dan Jorgensen, que afirmou que não podem mais aceitar ajudar indiretamente a financiar a guerra de Putin.
Jorgensen destacou que a importação de gás da Rússia caiu de 45% para 13% graças a medidas eficientes, mas que ainda é um percentual alto.
Sanções contra GNL
Separadamente, a UE negocia um novo pacote de sanções contra a Rússia, que proibiria as importações de GNL já a partir de janeiro de 2027.
No entanto, diferentemente das regras comerciais, as sanções só podem ser adotadas se todos os 27 membros da UE concordarem com as medidas, sem a necessidade de envolvimento do Parlamento Europeu.

Países como Eslováquia e Hungria argumentam contra interrupção da importação
Os ministros de Energia da União Europeia apoiaram nesta segunda-feira (20) uma proposta para eliminar gradualmente as importações de petróleo e gás da Rússia até janeiro de 2028, segundo informou o Conselho da União Europeia.
O plano prevê banir novos contratos de compra de gás russo a partir de janeiro de 2026. Contratos de curto prazo já existentes seriam encerrados a partir de junho de 2026 e contratos de longo prazo, em janeiro de 2028. As decisões foram tomadas durante uma reunião em Luxemburgo.
A proposta acatada pelos governos dos Estados-membros ainda não é definitiva. A posição comum adotada pelos ministros era necessária para que o projeto desenhado pela Comissão Europeia pudesse avançar no Parlamento Europeu. Agora, os países precisam negociar os detalhes finais diretamente com os parlamentares, que terão a palavra final para transformar o projeto em lei.
Crise energética pressiona demanda por gás russo
O objetivo do bloco é privar o Kremlin de receitas que hoje financiam sua guerra na Ucrânia. Atualmente, a Rússia responde por 13% das importações de gás da UE, ante 45% antes da invasão da Ucrânia, em 2022. Hungria, França e Bélgica ainda lideram a compra de gás russo no continente.
Apesar da redução, a crise energética europeia fez as importações de gás natural liquefeito (GNL), transportado pelo mar, voltarem a crescer em 2024. Na primeira metade de 2025, o bloco importou GNL russo no valor de quase 4,5 bilhões de euros.
Hungria e Eslováquia se opuseram ao plano, mas não puderam bloquear a medida dentro do Conselho devido ao apoio de uma maioria qualificada dos países, ou seja, de pelo menos 55% dos representantes. Para contornar resistências, a minuta incluiu regras mais flexíveis para países sem saída ao mar, que dependem do fornecimento de gás via gasoduto.
O principal diplomata de Budapeste, Peter Szijjarto, afirmou à imprensa que o fornecimento de energia na Hungria será comprometido. Seu governo, que tem uma orientação pró-Rússia, ressalta que o país precisa importar produto de Moscou devido a restrições geográficas.
Autonomia energética
O ministro da Energia da Dinamarca, Lars Aagaard, que presidiu as discussões, afirmou que uma Europa energeticamente independente é uma Europa mais forte e mais segura.
Ele destacou que, embora tenham trabalhado duro para retirar o gás e o petróleo russos da Europa nos últimos anos, ainda não conseguiram completar essa transição.
Aagaard também ressaltou que foi crucial garantir um forte apoio dos ministros de energia da Europa para a iniciativa.
Essa posição é compartilhada pelo comissário de Energia da UE, Dan Jorgensen, que afirmou que não podem mais aceitar ajudar indiretamente a financiar a guerra de Putin.
Jorgensen destacou que a importação de gás da Rússia caiu de 45% para 13% graças a medidas eficientes, mas que ainda é um percentual alto.
Sanções contra GNL
Separadamente, a UE negocia um novo pacote de sanções contra a Rússia, que proibiria as importações de GNL já a partir de janeiro de 2027.
No entanto, diferentemente das regras comerciais, as sanções só podem ser adotadas se todos os 27 membros da UE concordarem com as medidas, sem a necessidade de envolvimento do Parlamento Europeu.