A sonda lunar chinesa Chang’e-6 conseguiu pousar na face oculta da Lua para recolher amostras, o mais recente avanço do programa espacial de Pequim, informou a agência estatal Xinhua na noite deste sábado. Esta missão tecnicamente complexa de 53 dias busca um feito sem precedentes: lançar uma nave espacial a partir do lado “oculto” ou “escuro” do satélite.
Essa área é chamada de oculta porque não é visível da Terra. Esse fenômeno ocorre devido à rotação sincronizada da Lua com a sua órbita ao redor do nosso planeta.
![Lado oculto da Lua: conheça a região onde a China pousou sua sonda espacial Chang'e-6](https://conexao1.com/wp-content/uploads/2024/06/ts2marcin_27863_realistic_photo_of_Chinas_Change-6_probe_arrive_16dc7b8f-c98f-43a1-8753-37dd72ad69da.png)
Embora essa área já tenha sido mapeada por voos ao redor do satélite, em 2019, uma sonda chinesa pousou nessa porção da Lua, mas não decolou nem retornou à Terra, como é o objetivo desta nova missão. Sabe-se que o lado oculto da Lua possui uma crosta mais espessa e com mais crateras do que a parte visível. Há também uma menor quantidade de mares lunares, as planícies formadas pelo impacto de meteoritos na superfície.
A sonda Chang’e-6 pousou na imensa Bacia Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar, conforme informou a agência estatal Xinhua, citando a Agência Espacial da China. A missão visa coletar cerca de 2 quilos de amostras de solo e rochas, além de realizar outros experimentos na área de pouso. Posteriormente, a sonda decolará da Lua e retornará à Terra.
“A estrutura gigante tem mais de 2,5 mil km de diâmetro e 13 km de profundidade, uma das crateras de maior impacto no sistema solar e a maior, mais profunda e mais velha bacia da Lua”, disse o professor de física no Laboratório de Ciências Espaciais de Mullard, Andrew Coates, à emissora britânica BBC, em 2019, quando a China lançou sua primeira missão para a Bacia Aitken.
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O lançamento da missão para recolher amostras do lado oculto da Lua é um marco inédito e faz parte da ambição do país de enviar uma missão tripulada ao satélite da Terra até 2030. A agência estatal Xinhua chamou o lançamento de “a primeira tentativa desse tipo na história da exploração da Lua”.
O foguete decolou do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na província de Hainan, no sul da China. A missão é parte do ambicioso programa espacial chinês, que os Estados Unidos alegam ter fins militares e representar uma tentativa de estabelecer domínio no espaço.