Prestes a concluir o primeiro semestre de 2024, a Organização das Nações Unidas divulgou um relatório sobre o desperdício de alimentos. Em 2019, segundo a ONU, cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos, o equivalente a 17% do total disponível para consumo, foram desperdiçados em residências, varejos e restaurantes.
A quantidade astronômica de alimentos descartados equivale a aproximadamente 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados. Se alinhados, esses caminhões poderiam dar sete voltas ao redor da Terra.
De acordo com o departamento responsável pelo setor da Alimentação e a Agricultura (FAO), aproximadamente 14% dos legumes, verduras e frutas são perdidos entre a colheita e a chegada aos pontos de venda no varejo. É dito que o cenário apresentado nas últimas décadas afetam a segurança alimentar global, especialmente em países como o Brasil, onde cerca de 70 milhões de pessoas, conforme a ONU, vivem em situação de insegurança alimentar grave ou moderada.
O documento aponta diversas causas para o elevado desperdício de hortifrútis, desde falhas no transporte até problemas de armazenamento. Instalações inadequadas, acondicionamento precário e falta de refrigeração contribuem para a deterioração dos alimentos, comprometendo não apenas sua qualidade sensorial, mas também suas propriedades nutricionais.
Além disso, a falta de previsibilidade nas vendas futuras leva ao acúmulo de produtos nos estoques, muitas vezes em condições inadequadas, resultando em tomates mofados, frutas maduras demais e verduras estragadas.
A ONU, então, diz que o tema é uma equação que não fecha e, por isso, exige ação urgente para reversão da insegurança alimentar.