A Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália anunciou a desistência de um processo movido contra o X (antigo Twitter). A justiça do país havia determinado que a rede social removesse um vídeo de um bispo sendo esfaqueado em uma igreja ortodoxa em Sydney.
O bispo Mar Mari Emmanuel foi atacado em 15 de abril durante um culto transmitido ao vivo pela plataforma. Um adolescente de 16 anos foi apreendido e acusado de terrorismo.
O vídeo do ataque foi bloqueado para usuários na Austrália, mas permaneceu disponível para o restante do mundo. Com isso, a Comissão de Segurança Eletrônica solicitou a remoção global do conteúdo, pedido que foi aceito pela justiça.
Também foi estabelecida uma multa diária de US$ 785 mil (mais de R$ 4 milhões) ao X caso descumpra a determinação. Em resposta, Elon Musk criticou a decisão, acusando a Austrália de censura.
Don’t take my word for it, just ask the Australian PM! pic.twitter.com/ZJBKrstStQ
— Elon Musk (@elonmusk) April 22, 2024
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, rebateu as declarações de Musk, chamando-o de “arrogante que acha que está acima da lei”.
Após toda a polêmica, a Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália anunciou nesta quarta-feira (05) que desistiu do processo contra o X. A entidade mencionou “múltiplas considerações” para abandonar o caso e destacou que o objetivo era evitar a viralização de imagens violentas, que poderiam incitar mais violência e causar danos à comunidade australiana.
O X também se pronunciou, afirmando que “a liberdade de expressão prevaleceu”. As autoridades australianas relataram diversas ameaças, inclusive de morte, enviadas por apoiadores de Musk em publicações nas redes sociais.