Em coletiva de imprensa, as entidades que coordenam a greve em universidades e colégios federais anunciaram que não assinarão um acordo com o governo federal na próxima segunda-feira (27), prolongando a paralisação em diversas partes do país. A reunião será realizada com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Gustavo Seferian, criticou a “posição intransigente do governo de decretar unilateralmente o fim da negociação”. A declaração responde ao MGI, que informou aos sindicatos que a última proposta encerra as negociações com os profissionais da educação. Seferian definiu a posição dos grevistas como um processo democrático de negociação, rechaçando a interrupção unilateral pelo governo.
David Lobão, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinafese), ironizou a justificativa do secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, sobre o “colchão de segurança” para acomodar futuras pressões de aumento de despesas obrigatórias, afirmando que os grevistas irão “fazer pressão e dormir nesse colchão”.
Os sindicatos afirmam que a proposta do governo está longe de recompor as perdas salariais dos últimos anos. A proposta rejeitada oferecia aumentos escalonados: 13,3% até 2026 para os que ganham mais e 31% para os que ganham menos, mas sem nenhum aumento previsto para 2024, o que desagrada a categoria.
Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), mais de 50 universidades e colégios federais aderiram à greve, que já impacta significativamente o setor educacional.